ARTES


                             IMPORTÂNCIA DA ARTES NO ENSINO FUNDAMENTAL



Na consciência da existência de uma ilimitada corrente de teorias que norteiam a educação escolar, esta que tem valores ideológicos pré-definidos, sentimos necessário discutir sobre As Artes na Escola. Artes que se tem ausentado da atual prática educacional e se tornado para nós um assunto que merece bastante atenção, por ter uma importância muito significativa na formação integral do educando.


As Artes libertam a alma, proporcionam representar o mundo e seus conflitos, permitem a criança recriar os acontecimentos.   “Essa manifestação da linguagem, o dom de recriar para si, de forma inovadora, as imagens que as outras pessoas nos   apresentam, é o que fundamenta a arte.” (BRONOWISKI.1998,pg.27).

Para fins de credibilidade no que iremos apresentar aqui, queremos de antemão esclarecer que nossas reflexões foram construídas em nossas observações sobre o que ocorre em sala de aula. Nosso objetivo é analisar a partir da história das Artes no Brasil, as causas que influenciaram e continuam influenciando para que a nossa prática artística seja carente de fundamentação e, por conseguinte destituída de ações práticas que dêem conta da totalidade humana em seu processo de aquisição do saber cultural.

Reconhecendo o riquíssimo valor da história para a compreensão dos fatos sociais que marcam os nossos dias, não podemos deixar de elucidar que a educação do povo brasileiro, desde o início da grande exploração, esteve distribuída em dois pólos, o que é comum das sociedades ditas “civilizadas”. De um lado uma escola para formar os filhos dos colonizadores, com a finalidade de tornar-lhes dominantes sobre uma grande maioria marginalizada, e de outro uma escola que preparava indivíduos para serem incapacitados de ver além da aparência.
O Objetivo da escola dos dominantes era educar para o poder, para dominar, e para isso acontecer seria necessário forjar no homem uma postura que lhe distinguisse dos demais, aí é que entrava as Artes como base da formação dessa estrutura.     

O dominante necessitava estar enquadrado nas atividades artísticas e heróicas da sociedade, seu nome deveria ser conhecido dos seus dominados, ele deveria ser visto pelos outros como alguém superior em todos os níveis, em especial na sua expressão artística. Chamamos isto hoje de popularidade, era necessário tornar-se popular.
A escola dos dominados, instituída pelos dominantes, tinha como objetivo educar para a obediência ao trabalho, ensinar assuntos que preparassem urgentemente tais alunos para a leitura, escrita, resolução de continhas, isso era o que eles precisavam. Seria desperdício ensinar-lhes as Artes, isto que não estavam sendo preparados para a expressão artística, nem tampouco para administrar, mas sim para o mero trabalho braçal. Vejamos o que diz Porcher:

Não há dúvida de que até uma época recente a arte sempre teve na sociedade uma conotação aristocrática, enquanto exercício de lazer e marca registrada da elite. As muralhas estéticas definiam o território fechado de uma certa forma de ócio elegante. Mas esse lazer ocioso, essa utilização do tempo livre não foram dados a todos por igual dentro da sociedade: constituíram-se em privilégio das classes sociais favorecidas, que foram também as classes sociais dominantes. (1982,p.13).

Como profissionais é necessário reconhecermos principalmente a realidade de que as nossas ações são fruto de influências externas do meio, e com isso começar a pensar seriamente sobre a nossa prática educacional: a quem estamos favorecendo? Quem são os grandes pensadores do Sistema de Ensino Público Fundamental? Quais são seus objetivos a serem alcançados?
Estas perguntas são necessárias para que possamos entender melhor sobre o problema da falta de valorização as Artes no Ensino Público, em especial no ensino público fundamental. Se analisarmos, compreenderemos que estamos favorecendo uma ideologia burguesa, que tem sido estruturada dentro da própria escola pública, tendo em vista evitar que os filhos dos proletários possam conhecer a história das Artes no Brasil e por conseguinte tomem espaço no “poder”.

A realidade acima mencionada é o fator principal para que a classe dominante mantenha sua grandiosa vantagem em relação aos dominados. Referindo-se à desigualdade social como produto do meio Porcher afima:
A sensibilidade estética, o dom, o talento, a abertura para o mistério das Artes não se repartem por igual entre as categorias sociais. As classes favorecidas abundam em indivíduos detentores dessas capacidades; as classes sociais mais baixas, pelo contrário, só possuem tais indivíduos em proporção reduzida. “Tudo se passa como se o dom gratuito do talento e do acaso, do gênio não fossem na realidade nem gratuitos nem fortuitos, mas claramente determinados pelo critério sociológico”. (1982,p.14)




Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1806678-import%C3%A2ncia-das-artes-ensino-fundamental/#ixzz1wgLAKQ00
 

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1806678-import%C3%A2ncia-das-artes-ensino-fundamental/#ixzz1wgKS5B00

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